Que
saudades desses tempos
Que
saudade desses tempos.
Que
saudades da tua chegada,
Que
saudade desse sol doirado
Que
espelhava o brilho do teu cabelo
Longo
e amarelo, beleza do teu ser
E
em que colocavas uma flor vermelha,
Que
tinha inveja da cor dos teus lábios,
Belos
e perfeitos,
Com
o doce sabor de amor
Que
saudade desses dias
Em
que não havia pressa
E
te sentavas na pedra do muro,
Junto
ao caminho que cruzávamos,
Todos
os dias, todas as horas,
Que
eu fazia apenas para te ver,
Nesse
teu jeito de senhora
E
de sonhadora de ilusões.
Que
saudade desses dias
Em
que olhava o detalhe do teu xaile,
Pelo
ombro de forma a seduzir-me,
Desse
teu lenço cor de fogo que cobria o teu peito,
Vulcões
do meu ser.
Que
saudade desses tempos
Que
ali sentada me olhavas
Sem
saber que te amava
E
idolatrava teu corpo,
Que
pintava teu retrato,
No
silêncio dos meus pensamentos.
Que
saudade desses tempos
Que
no teu regaço entregava-te mil rosas
Mas
um dia o tempo passou
E
só a saudade permaneceu
Nesse
velho muro de pedra cinzenta.
2014-1-19
Catarina Dinis
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