quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



Que saudades desses tempos



Que saudade desses tempos.
Que saudades da tua chegada,
Que saudade desse sol doirado
Que espelhava o brilho do teu cabelo
Longo e amarelo, beleza do teu ser
E em que colocavas uma flor vermelha,
Que tinha inveja da cor dos teus lábios,
Belos e perfeitos,
Com o doce sabor de amor
Que saudade desses dias
Em que não havia pressa
E te sentavas na pedra do muro,
Junto ao caminho que cruzávamos,
Todos os dias, todas as horas,
Que eu fazia apenas para te ver,
Nesse teu jeito de senhora
E de sonhadora de ilusões.
Que saudade desses dias
Em que olhava o detalhe do teu xaile,
Pelo ombro de forma a seduzir-me,
Desse teu lenço cor de fogo que cobria o teu peito,
Vulcões do meu ser.
Que saudade desses tempos
Que ali sentada me olhavas
Sem saber que te amava
E idolatrava teu corpo,
Que pintava teu retrato,
No silêncio dos meus pensamentos.
Que saudade desses tempos
Que no teu regaço entregava-te mil rosas
Mas um dia o tempo passou
E só a saudade permaneceu
Nesse velho muro de pedra cinzenta.

2014-1-19
Catarina Dinis

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