Portugal é cinza, é negro.
Se alguma vez olharam a volta e viram de que cor são
os prédios da cidade, os passeios, as calçadas, as roupas que usamos no
Inverno, os carros da cidade, até o metro amarelo esconde cinza, o autocarro, o
comboio, a simples mesa do café... tudo é cinza. Como é que podemos ser
sorridentes se estamos envoltos no cinza e na depressão. A crise combina com os
nossos ideais de vida descolorida, sem nos importar com o calor do sol lá fora
enquanto trabalhamos, sem sentir o cheiro da relva acabadinha de cortar no
Jardim de Casa e nós preocupados sentados a ver televisão, não escutamos mais o
chilrear dos pássaros porque o trocamos pelo barulho da multidão. Devia ser
crime não aproveitar a nossa vida... não sentir
e ver o que nos rodeia e dar -lhe cor. Amordaçados no cinza, no negro
das madrugadas, das mentes, somos matrecos dos nossos políticos, peões de
civilização que há muito perderam o seu império.
Sente-mo-nos
junto ao mar e olhemos para o céu, encontremos o Deus ou a luz do nosso
Universo interior. Vamos buscar o arco-íris e pinta-lo no chão que pisamos para
reflectir sempre a sua cor nas nossas vidas. Vamos grafitar a nossa alma,
rabiscos coloridos quimeras de sonhos.
Vamos
ser orgulhosos de nós mesmos e da nossa pátria e recordemos que a nossa
Bandeira não é Cinza...
CATARINA
DINIS 2013-11-14