"O que resta de mim"












Originalmente este livro tinha o titulo de Fragmentos de Mim… para mim o mais ajustado mas devido a existir inúmeros livros com o mesmo titulo decidi alterar para: O que resta de mim. 


Catarina Dinis












Com Carinho para todas as pessoas
que  estão sempre do meu lado
 e são a minha estabilidade

A minha Família
 Carlos e meus filhos







Índice


·       Onde está o teu sabor
·       Palavras Soltas
·       Renascer
·       Com todas as palavras
·       Essência proibida
·       Frio
·       Meus desejos
·       Quantos lados têm o coração
·       O teu amor é açúcar
·       Se por acaso algum dia te escrever
·       Quero aprender a escrever
·       A noite em que tu te despes
·       Palavras que inventei
·       Amanhãs
·       Fragmentos de Mim





Onde está o teu sabor

Onde está o teu sabor
Onde está as tuas palavras
Sol que perdeu o seu fogo
Céu descolorido num mar tempestuoso
Teu ser revolta o meu
Transforma-me em lama







Palavras Soltas

O nosso amor não tem palavras
Tem pedras…
O nosso amor não sabe o que é a luz
É apenas escuridão
O nosso amor não sabe o que é o calor dos beijos
Tem solidão
O nosso amor
Não sabe viver
É apenas um vazio da alma






Renascer

Era uma vez dois corações
Duas almas unidas pelo destino
Um rio de água fria
Que desagua num oceano de imensidão
Passeávamos tão junto a eles..
Não sabíamos que um dia tudo terminaria…
Que a água do rio secaria
Tal como o oceano transformara-se
Num interminável deserto…
Deserto de vida
Deserto de palavras
Deserto de sonhos
Caminharia só com a minha sombra
Para poder renascer entre a areia quente







Com todas as palavras

Nas margens dos sentimentos
Nasceu a saudade do impossível…
Espero, espero, espero…
Pelos dias que desapareceram
Ou que não existiram…
Será que estou certa?
Ou sou eu que não existo?
Questiono-me com todas as palavras
E não compreendo
Se é a mim ou a ti
Que não entendo?
Baralhei tudo?
Ou misturei existências sem fundamento
Terei criado ilusões no que era mais do que vazio?
Questiono-me e questiono-me
E quanto mais o faço
Mais me perco com todas as palavras







Essência proibida

Desenho o teu corpo
Numa folha de papel branca
A linha dos teus lábios
O teu olhar profundo
As curvas do teu corpo
Risco uma e outra vez
Esse prazer insano
Tua essência proibida






Frio

Através da porta do coração
O frio gela a alma
Olho pela janela aberta
O céu cinzento-escuro
Parece prevalecer sobre o sol
O Outono chegou definitivamente
As folhas irão cair mais uma vez
Dos meus olhos uma lágrima irá fugir
Ano após ano, esse Outono repete-se
Mas não é infinito…
No horizonte o nevoeiro espesso
Não deixa alcançar a ver as montanhas
Castelos de saudade…






Meus desejos

Desejaria mergulhar em ti,
Nesse teu mundo
Oculto e profundo
Labirinto de amor
O teu caminho é o percurso do meu coração
Não passou de desejos
A realidade é tão longínqua do que escrevo
Desejaria que tudo fosse dourado
Mas é na verdade negra escuridão






Quantos lados têm o coração

Parece tontice das minhas palavras
Mas gostava de saber
Quantos lados tem o coração?
Porque não é fiel a seus ideais
Prefere não respirar a viver?
Gosta de estar escondido e invisível
De todos os olhares
Já pensaste se sabes
Realmente desenhar
Tal e qual como é o coração
Ou desenhas como gostava que ele fosse…
Pois é… é tão difícil
Aceitar as verdades
E nem eu as sei aceitar






O teu amor é açúcar

Palavra troçada com mel
Teu nome traz-me o doce sabor
Teu amor é açúcar
Fecho os olhos
E tu permaneces em todos os lugares
Mesmo que vivas na infinita saudade
Universo paralelo Ao meu
Teu amor é açúcar
Que permanece na borda de meu copo
Centro da minha alma
  






Se por acaso algum dia te escrevesse

Em cima da mesa
Continua uma folha
Preenchida apenas com o teu cheiro
De quando habitavas a nossa casa
Essa folha permaneceu lá
Se por acaso algum te escrevesse.
A porta abre e fecha-se
Pessoas entram e saem
Os meses passaram
Os anos desenrolaram-se
Flores nasceram e murcharam
Eu parti… até o tempo partiu
A saudade chegou…
O Inverno permaneceu para sempre
A folha amareleceu com o tempo
Mas continua intocável em cima da mesa
Se por acaso algum dia te escrever…







Quero aprender a escrever

Não sei mais escrever poemas
Que não sejam da dor da tua partida
Que não sejam do frio que se sente quando se perde

Não sei mais escrever poemas
que não sejam de lágrimas da distancia
Que não sejam de saudade de ter saudades

Não sei mais escrever poemas
Que não sejam de tristeza e desespero
Que não sejam de desamor

Não sei mais escrever poemas
Porque no dia em que partiste
Levaste contigo todas as palavras







A noite em que tu te despes

A noite em que tu te despes
Não tem luar no céu negro
O calor desliza pelos lençóis
E envolve-mo-nos no silêncio pardo de meu amor

A noite em que tu te despes
É cega nos seus sentimentos
Persegue a sombra da paixão
Esses teus lábios ardentes
Que abre trilhos pelo prazer






Palavras que inventei

Escrevi-te tantos poemas
Tantas palavras inventei
E em nenhuma vives
Estava escrito o nosso destino
Mas junto seria impossível






Amanhãs

Diz-me que ainda há um amanhã
Que ainda irei voltar a ver-te despertar
 E o sol vai nascer como sempre
Faz descansar a minha alma em tua sombra
Faz meu coração bater dentro da tua alma
Acredita que ainda iremos voar juntos
Junto ao mar, junto as emoções
No horizonte do amor…







Fragmentos de Mim

Certo dia
Acordei sem ter vontade de despertar
Talvez me tenha sentado no sofá verde
O dia inteiro
Sem vontade de me mexer
O sol foi o único que se moveu
Lá no céu distante
Talvez já não fosse noite
Quando não aguentei o ódio
De te perder mais uma vez
Havia por perto uma taça de vidro
Recordo-me dela estilhaçada pelo chão
Em cada pedaço de vidro
Vivia um fragmento de mim
Que nunca se conseguiram unir


 





1 comentário: